Os fumos causados pela combustão de motores a gasóleo começam a prejudicar as crianças enquanto ainda estão no útero, sugere uma pesquisa realizada na Universidade Hasselt (Bélgica). Isso porque as grávidas expostas a partículas de fuligem nas emissões de gases de escape são mais propensas a ter bebés com ADN danificado.
Os cientistas belgas descobriram que os bebés expostos à poluição no útero apresentam uma maior “idade biológica” logo após o parto. As amostras de sangue retiradas da placenta e do cordão umbilical ao nascer apresentaram sinais de danos nos cromossomas, um problema que se pensa estar vinculado a uma expectativa de vida mais baixa.
Os mesmos pesquisadores concluíram ainda que a exposição à poluição no segundo trimestre – entre o quarto e o sexto mês de gravidez, quando o feto cresce rapidamente – tem o maior impacto no bebé.
A equipa, cujo trabalho foi publicado na revista médica “JAMA Pediatrics”, rastreou 641 mulheres grávidas na Bélgica entre fevereiro de 2010 e dezembro de 2014. Foi examinada a exposição à poluição, comparando as suas moradas com os dados de vigilância da poluição atmosférica. Os bebés cujas mães haviam sido expostas a mais poluição apresentaram ADN mais desgastado, que os cientistas dizem que é uma boa estimativa de “idade biológica”.
Os pesquisadores pensam que a poluição do ar causa esses danos quando é inalada, criando “radicais livres” – moléculas instáveis que danificam o ADN, matam células e aumentam o risco de doenças cardiovasculares.